logo RCN
FUTEBOL

CLUBES DA SÉRIE A REDUZEM SALÁRIOS DE JOGADORES NA PANDEMIA

  • © Fernando Torres/CBF/Direitos Reservados Esportes -

Vasco e Sport têm dívidas atrasadas e por isso não negociam.

A pandemia do novo coronavírus criou ainda mais dificuldades financeiras aos clubes de futebol do Brasil. Segundo a Sports Value, baseada em seu banco de dados com resultados financeiros de clubes brasileiros, a receita em 2020 deverá ter uma perda de cerca de 17%, algo em torno de R$ 1,1 bilhão. Por isso, diante desse quadro 15 clubes da Série A do Brasileirão se valeram da Medida Provisória 936 para reduzir salários por até 90 dias, com percentuais entre 15% e 70%. O Bragantino, com forte patrocinador, já anunciou que não vai se valer da MP.

O Coritiba ainda não fechou o percentual da negociação, mas já conversa com jogadores. O Botafogo demitiu mais de 40 funcionários, entre eles o ex-jogador Sebastião Leônidas, de 82 anos, que trabalhava no futebol de base, mas não abriu negociação com os jogadores. Já o Vasco e o Sport estão com salários atrasados (o clube carioca não pagou um salário sequer em 2020, enquanto o Leão só pagou o mês de janeiro). Por isso, os jogadores "querem resolver o que está para trás antes de resolver para frente", disse o volante Fellipe Bastos em entrevista à emissora SporTV. 

Veja a situação de cada um dos clubes: 

Athletico-PR - O furacão confirmou que vai reduzir os salários de todos os atletas profissionais em 25%, a partir de maio e até o início de agosto. Os funcionários com vencimentos acima de R$ 5 mil também serão atingidos.

Atlético-GO - O presidente Adson Batista negocia com os jogadores e, em média, o corte será de 30% nos salários. 

Atlético-MG - Após demitir funcionários, o galo reduziu em 25% os salários de quem recebe acima de R$ 5 mil, incluindo jogadores. O clube queria cortar os salários pela metade, mas os jogadores recusaram a proposta do presidente Sérgio Sette Câmara, fato confirmado pelo meia Marquinhos. 

Bahia - O tricolor acertou com jogadores, comissão técnica e diretoria um corte de 25% dos vencimentos. 

Botafogo - A diretoria alvinegra luta para manter os salários em dia e, por isso, estuda reduzir a folha salarial, mesmo que para isso negocie atletas. O volante Gustavo Bochecha deve ir para o Coritiba. O meia Cícero já foi comunicado de que não está nos planos de Paulo Autuori. 

Bragantino - Com o suporte de uma empresa de bebidas energéticas, mantém os salários em dia e não estuda redução apesar da pandemia. 

Ceará - O vozão pretende economizar R$ 700 mil e negociou a redução de 25% nos salários de jogadores, comissão técnica e funcionários. 

Corinthians - O timão aplicou valores distintos nos cortes de salários. Os jogadores profissionais, das categorias de base e do time feminino terão redução de 25% nos salários a partir de maio, mas apenas nos pagamentos em carteira, não atingido o que é pago nos direitos de imagem. Já a comissão técnica, incluindo o treinador Tiago Nunes, teve corte de 70%. 

Coritiba - O presidente do coxa, Samir Namur, confirma a negociação de redução sobre os salários de maio, mas o percentual ainda não foi acertado. A estimativa é de que seja aplicado o percentual de 25%, além da suspensão de contratos de funcionários do setor administrativo do clube. 

Flamengo - O clube demitiu 6% de seu quadro de funcionários (cerca de 60 pessoas) e acertou com os jogadores uma redução de 25% nos vencimentos dos meses de maio e junho. 

Fluminense - O tricolor carioca teve uma negociação com muitas variáveis, já que o clube ainda devia 60% dos salários de fevereiro, que já foram quitados. Pelo acordo com os jogadores, de corte salarial até junho, ficou acertado que o mês de abril terá remuneração integral, por ter sido de férias, mas 50% do salário, além do 1/3 previsto por lei, só sairão em dezembro. Em março a redução será de 15%, e em maio de 25%. Se os jogos voltarem em junho, o salário voltará a ser integral. O clube já pagou 40% dos salários de março, outros 25% ainda serão pagos em breve e os demais 20% até o fim do ano, totalizando 85%. 

Fortaleza - O tricolor cearense foi o primeiro clube da Série A a fechar acordo com os jogadores e desde março negociou acordo de 25% de redução salarial do elenco profissional. Os jogadores concordaram em abrir mão em definitivo de 10% dos salários de abril e de só receberem outros 15% após a volta do futebol. 

Goiás - O alviverde não revelou os valores, mas o clube reduziu os salários dos jogadores entre 25% e 50%. 

Grêmio - O mesmo aconteceu com o tricolor gaúcho, que anunciou redução salarial, mas sem tornar público os termos do acordo. Para a diretoria, isso seria sinal de preservação do bom relacionamento com os atletas. A imprensa gaúcha comenta que o percentual foi de 25%. Os direitos de imagem dos atletas, desse período de paralisação do futebol, só será pago em 2021. 

Internacional - O colorado adotou a mesma estratégia e, em nota oficial, usou o termo "questões de confidencialidade" para não revelar os termos do acordo de redução salarial dos jogadores. Em Porto Alegre, comenta-se que o corte foi de 30%. 

Palmeiras - O verdão anunciou acordo de redução de 25% dos salários dos jogadores e do técnico Vanderlei Luxemburgo e demais membros da comissão técnica, em maio e junho. 

Santos - O peixe buscou reduzir os salários dos jogadores em 50%, mas não foi aceito e o percentual ajustado foi de 30% em maio, sobre os salários de jogadores e comissão técnica. Desse percentual, 15% não serão reembolsáveis. 

São Paulo - O tricolor paulista teve a negociação mais tensa e praticamente impôs sua vontade de reduzir em 50% os salários. A proposta foi apresentada aos jogadores, mas apenas os líderes do grupo, entre eles Daniel Alves, teria entendido a posição do clube. No entanto, não houve unanimidade, até porque o clube deve dois meses de direitos de imagem. Mesmo sem acordo, o clube adotou o corte pela metade dos vencimentos. 

Sport - O executivo de futebol do clube, Lucas Drubscky, confirmou que, antes de fechar qualquer negociação com os jogadores, quer quitar os meses de fevereiro e março. O leão, inclusive, negocia empréstimo em bancos em razão da queda de receitas. Apenas essa semana a diretoria deu início a negociação com os atletas. 

Vasco - O clube não pagou salários em 2020 e, por isso, não negocia redução para os meses de maio a julho. Essa semana, o Vasco anunciou a suspensão dos contratos de cerca de 250 funcionários. 

*Por Sergio du Bocage, repórter da TV Brasil

NO RS, CLUBES APROVAM PROPOSTA PARA RETOMADA DE ESTADUAL Anterior

NO RS, CLUBES APROVAM PROPOSTA PARA RETOMADA DE ESTADUAL

GOVERNADOR CONSIDERA DIFÍCIL RETORNO DO CAMPEONATO GAÚCHO Próximo

GOVERNADOR CONSIDERA DIFÍCIL RETORNO DO CAMPEONATO GAÚCHO

Deixe seu comentário