Documentário sobre tropeirismo estreia neste sábado (20) no canal da Prefeitura de Mampituba no YouTube.

O documentário "OS TROPEIROS - Ligando a Serra ao Litoral'' é uma produção da Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Mampituba, num resgate da história do tropeirismo e sua importância cultural e histórica para a formação do município de Mampituba e dos demais municípios do Vale do Rio Mampituba. O vídeo estreia neste sábado, às 19:00h no canal da Prefeitura no YouTube.

As primeiras gravações começaram em setembro do ano passado e se estenderam até dezembro, período em que foram coletados depoimentos de ex-tropeiros e também de filhos e esposas de ex-tropeiros, onde cada um relata, muitas vezes emocionados, de suas lembranças de uma época em que grande parte da economia da região era transportada nos lombos de burros e mulas, ligando a população da região litorânea com os povos dos campos de cima da serra.

O trabalho conta também com outras colaborações importantes, como a do professor de Equinocultura do IFC Campus Santa Rosa do Sul, Luís Fernando Rosa de Lima, da historiadora Renata Corvino e do filho de ex-comerciante, Daltro Maciel, que também colaboraram com seus conhecimentos para o enriquecimento do contexto histórico do tropeirismo.

Além dos depoimentos, o vídeo apresenta a reprodução de uma "tropeada", onde um grupo de tropeiros com seus muares partiram do litoral rumo aos campos de cima da serra, reproduzindo os trajetos utilizados no transporte pelos cargueiros no início do século passado, contando também com imagens de uma tropa de gado, de um acampamento tropeiro e de uma casa de comércio, lembrando as negociações de antigamente, imagens que certamente irão emocionar muitas pessoas.

O documentário tem duração de uma hora e 43 minutos, e foi produzido praticamente sem nenhum custo para o município, utilizando somente equipamentos já existentes na Prefeitura e com objetos e animais cedidos gratuitamente por parceiros ligados e apaixonados pela cultura do tropeirismo. O vídeo conta com uma trilha sonora qualificada composta por músicas tradicionais da cultura gaúcha e com letras voltadas ao tropeirismo, todas gentilmente cedidas por seus intérpretes e compositores sem custo ao município. A coletânea conta com belas canções como "A Casco de Mula" do grupo Os Monarcas, "Versos para Um Tropeiro" de Chiquito e Bordoneio e "Vida Tropeira" de Gilney Bertussi, entre outras.

A Assessoria de Comunicação de Mampituba agradece a todos que de alguma forma colaboraram com este trabalho, sejam os donos dos muares que cederam os animais, como aqueles que emprestaram os objetos e cederam os casarões para as gravações.

Durante quase três séculos a economia brasileira foi transportada praticamente toda no lombo de cargueiros e na região do Vale do Rio Mampituba não foi diferente, onde no final do século XIX e até a metade do século passado, as mercadorias da região litorânea, como os derivados de cana de açúcar, a banana e o milho, eram levados para as cidades serranas como Cambará do Sul, São Francisco de Paula e Caxias do Sul, de onde eram trazidos o charque, o vinho, o queijo, o pinhão, entre outros. Nesta região eram comuns o transporte de tropas de animais como bovinos, ovinos e suínos que subiam e desciam com frequência as principais rotas da época nas serras do Faxinal, Pedra Branca, Silveirão, Morro do Forno, Tajuvas e do Cavalinho. São relatos deste período da nossa história, repletos de dificuldades, em jornadas que duravam dias, ligando a serra ao litoral, histórias essas, contadas por pessoas que viveram estas experiências, o grande atrativo deste documentário e que é aguardado por muitas pessoas e que promete emocionar muita gente.

Uma das curiosidades do documentário aconteceu durante as gravações, quando a equipe encontrou na Serra do Josafaz, um tropeiro morador de São Francisco de Paula, tropeando gado pela serra vindo do Vale da Pedra Branca para a comunidade de Aratinga.

O trabalho contou com o apoio do Projeto Geoparque Caminhos dos Cânions do Sul, ao qual Mampituba faz parte, e que tem em um de seus pilares o resgate das memórias e a importância cultural e histórica do tropeirismo em todo o território dos sete municípios que integram o projeto.