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TRÊS PMs DISPARARAM CONTRA HOMEM EM SURTO DE DROGAS EM JOINVILLE, AFIRMA POLÍCIA

  • - Tiros de arma de fogo foram feitos contra homem sob efeito de drogas (Foto: NSC TV/Divulgação)

Na versão dada em depoimento pela Guarda Municipal e PM, um policial e um guarda teriam caído no chão durante a abordagem, justificando a legítima defesa.

Três policiais militares atiraram contra o homem de 32 anos que morreu no quintal da própria casa em Joinville, no Norte de Santa Catarina. As informações foram dadas em depoimento ainda na segunda-feira (18), dia da morte, na Delegacia de Homicídios, informou o delegado Elieser Bertinotti.

A morte ocorreu após um casal pedir ajuda às autoridades para conter o filho, que estava sob o efeito de cocaína. Segundo a família, Leandro Wisbecki começou a cortar o próprio braço com uma faca.

Conforme o delegado, a Polícia Militar e a Guarda Municipal sustentaram a mesma versão da história. Os tiros teriam acontecido após não conseguirem deter o homem com arma não letal, que seria o eletrochoque. A PM teria reagido após ele "partir para cima" dos policiais.

Bertinotti diz que ainda não é possível confirmar quantos tiros atingiram a vítima, mas houve disparos na região torácica e abaixo da cintura. Ele aguarda os laudos periciais e ouvir mais testemunhas para a conclusão do inquérito.

"A versão de legítima defesa pode se sustentar, mas nós demos a oportunidade de a família apresentar testemunhas. Os pais estavam na ambulância quando ocorreram os tiros", disse Bertinotti.

A PM também abriu um inquérito administrativo para investigar o caso, informou na terça-feira (19) a corporação, que alega legítima defesa.

Guarda e PM caíram durante abordagem, dizem policiais

Conforme a versão da Polícia Militar e Guarda Municipal à Polícia Civil, o uso da força foi "progressivo". Inicialmente, uma ambulância do Samu foi chamada. Depois, uma viatura da PM. Quando o homem começou a cortar os braços, foi chamada a Guarda Municipal para o uso de armas não letais, bem como o reforço de outra viatura da PM.

De acordo com os guardas disseram à Polícia Civil, foram feitos dois disparos de eletrochoque contra o homem, "que não surtiram efeito". Com isso, um guarda municipal teria se aproximado mais de Leandro, para tentar encostar a arma de choque no corpo dele e potencializar o efeito, mas o rapaz se virou e o guarda municipal tropeçou e caiu no chão.

Na sequência, um PM teria disparado na região "abaixo da cintura" do homem, para contê-lo de seguir em direção ao guarda municipal. No entanto, mesmo atingido, o homem teria virado na direção do PM. O policial, andando de costas, também teria tropeçado e caído. Com isso, outros dois PM voltaram a disparar, agora na região torácica.

Versão da família e vizinhos

A família registrou boletim de ocorrência e disse que houve despreparo da Polícia Militar e Guarda Municipal.

"Estava com a faca na mão e não soltava. Deram choque nele e tudo, não soltou. Eles falaram 'se ele não soltar a faca agora, nós vamos matá-lo'. Foi o que aconteceu. Deram mais um choque e acho que daí ele foi em cima do policial e deu o que deu. O próprio policial atirou nele, acertou no peito", conta a vizinha Heldegar Bayer.

O pai, Malvo Wisbecki, disse que os agentes erraram ao atirar no filho dele. "Por que não derrubaram ele, não pegaram ele? Estavam em 12! Eles têm capacidade para isso, são treinados para isso, são soldados de guerra. Por que não podem enfrentar um guri?", questiona

Os pais estavam na ambulância e não viram toda a ação. "Começaram a atirar nele. Só escutei lá de dentro 'pou, pou, pou, pou', um atrás do outro. Mas eu acho que foi um despreparo deles", afirma o pai.

Leandro era o filho mais novo. Ele morava com os pais na casa onde tudo ocorreu. O corpo dele foi enterrado nesta terça. "Eu espero que seja feita justiça", diz o pai.


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