INICIA PAVIMENTAÇÃO DE TRECHO NO FINAL DA AVENIDA MANOEL PORFÍRIO DE MELO EM SANTA ROSA DO SUL |
POPULAÇÃO SE MANIFESTA CONTRA A INSTALAÇÃO DO PEDÁGIO EM SÃO JOÃO DO SUL
Membros da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) estiveram no município na sexta-feira (24), para uma Audiência Pública sobre a instalação do pedágio na BR-101 em solo catarinense.
O polêmico pedágio em São João do Sul tem causado muita discussão e preocupação de autoridades catarinenses e da população em geral da região. Para tratar sobre o assunto, na tarde de sexta-feira (24), uma audiência pública reuniu no clube da cidade, autoridades políticas, empreendedores e a população em geral, que está preocupada com as consequências da implantação da praça de pedágio na BR-101, km 455,9 próximo ao Trevo, em São João do Sul.
A audiência que iniciou às 14:00h, tinha como principal objetivo tratar sobre o Contrato de Concessão e do Programa de Exploração da Rodovia (PER) que é composto pelas BR-101/290/386/448/SC/RS, sendo que a comissão de técnicos da ANTT fez a explanação do projeto, deixando a entender que a proposta seria definitiva. Logo no inicio já houve uma intercessão do deputado federal Jorge Boeira, que pediu esclarecimento sobre um dos itens da apresentação, e não obteve resposta, gerando indignação de sua parte. A apresentação prosseguiu demostrando os dados e as possíveis benfeitorias que a rodovia pedagiada poderá oferecer aos seus usuários, entre eles, o monitoramento com câmeras de vigilância ao longo do trecho, as constantes melhorias na rodovia com investimentos ao longo dos 30 anos de contrato em aproximadamente R$ 30 milhões, ressaltando sobre o número de empregos gerados pelo empreendimento, porém o momento de maior apreensão e revolta do público foi quando foi mencionado o valor a ser pago no pedágio de R$ 8,60 para veículos leves.
Mesmo com todo o empenho da equipe da ANTT, de fazer que a proposta parecesse vantajosa também ao estado de Santa Catarina, os políticos e todos ali presentes foram veementemente contra a proposta, sendo que puderam demonstrar isso através de vaias, e usando o tempo destinado aos inscritos.
Um dos primeiros a usar o púlpito, foi o prefeito de São João do Sul, Moacir Francisco Teixeira, que não economizou palavras para manifestar o quanto será ruim ao município caso se concretize a instalação do pedágio. "Essa obra vem causando um grande impacto negativo, e desde que recebemos a notícia de que teríamos um pedágio aqui, não dormimos mais em paz. Estamos mais preocupados a cada dia, por que somos um município pobre e isso gerará mais problemas". Refletiu o prefeito, dizendo também, "vamos esgotar todas as possiblidades para que São João do Sul não ganhe esse presente de grego... A nossa população não pode ser sacrificada com este pedágio, ali é o nosso caminho da roça. Nosso município seria dividido ao meio", salientou o prefeito, que ainda justificou dizendo que trabalhadores iriam ser sacrificados e até mesmo as igrejas, pois quando algum morador da comunidade de Barrinha quisesse ir à missa, teria que pagar o pedágio de ida e volta.
Todos os políticos presentes utilizaram a tribuna, com destaque para os deputados federais, Jorge Boeira (PP) e Geovania de Sá (PSDB), que em seus discursos uniram forças para ressaltar que caso necessário irão enviar recursos para a construção da passarela, única obra que beneficiaria o lado catarinense da rodovia. Também estavam presentes os deputados estaduais José Nei Ascari e Ricardo Ghidi (PSD), José Milton Scheffer (PP), Manoel Mota (PMDB) e Rodrigo Minotto (PDT).
Num dos discursos mais exaltados o deputado Mota disse: "Como podem colocar um pedágio em Santa Catarina se o dinheiro está direcionado para o estado do Rio Grande do Sul? Para aceitarmos isso, só se cobrassem o preço que é pago em Santa Catarina. Esse pedágio só trará prejuízo, nenhum lucro para nós", refletiu. O deputado Zé Milton, também seguiu a mesma linha dizendo: "Nossa posição é contrária à implantação deste pedágio em território catarinense. Não é justo que um morador do município tenha que pagar para andar dois ou três quilômetros, e que esse dinheiro seja investido em vias gaúchas", declarou.
Além da fala dos deputados, também usaram a tribuna, prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, representantes de entidades, empresários e trabalhadores que seriam afetados diretamente com a instalação do pedágio em solo catarinense.
Da região, destaque ainda para a presença dos prefeitos Jonas Souza (Passo de Torres), Henrique Maciel (Praia Grande), Zênio Cardoso (Sombrio), Nelson Cardoso de Oliveira (Santa Rosa do Sul), dentre outros. Vice-prefeitos, Edinho Trajano (São João do Sul) e Mack Citadin (Praia Grande), sendo que ambos destacaram a falta de respeito por parte dos integrantes da comissão da ANTT, que não davam a atenção necessária aos questionamentos feitos pelos representantes do povo.
Também estavam vereadores de todo o sul de Santa Catarina e litoral norte do Rio Grande do Sul, dentre eles, os presidentes das Câmaras, Sergio Luiz dos Santos (São João do Sul) e Altemir Catel (Passo de Torres). Membros da Ceprag, Olivio Nichele (presidente), Patrique Alencar (gerente geral), Renato Pereira (gerente de unidade), dentre outros.
Ao final da audiência, os membros disseram que todas as medidas propostas serão analisadas pela comissão, podendo ser aceitas, ou não. Além disso, um dos membros deixou subentendido que caso realmente seja inviável a construção da praça de pedágio neste local pré-determinado, ele pode ser alterado para outro local. Porém, na visão geral das pessoas presentes no evento, parece difícil de isso acontecer, mesmo com todas as manifestações contrárias.
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