Agosto Lilás: Conscientização e proteção às mulheres no Extremo Sul Catarinense
O mês de agosto é marcado pelo Agosto Lilás, uma campanha nacional dedicada à conscientização e ao enfrentamento da violência contra a mulher. Mais do que uma ação simbólica, essa mobilização busca informar, acolher e proteger, mostrando que as mulheres não estão sozinhas e que existe uma rede de apoio pronta para ajudá-las.
A Polícia Militar de Santa Catarina tem papel fundamental nessa causa, desenvolvendo um trabalho constante de prevenção e proteção por meio do Rede Catarina de Proteção à Mulher. O programa aproxima a polícia da comunidade e garante um acompanhamento mais estreito das mulheres vítimas de violência. São realizadas visitas preventivas, orientações sobre direitos, monitoramento de medidas protetivas e campanhas educativas, com o objetivo de fortalecer a rede de proteção e criar um ambiente mais seguro para todas.
É importante destacar que a violência doméstica não se resume à agressão física. Muitas vezes, ela começa de forma silenciosa, com violência psicológica, quando há humilhações, manipulações, intimidações e ameaças constantes. Também pode ocorrer por meio da violência patrimonial, quando bens são destruídos ou controlados; da violência moral, envolvendo ofensas, calúnias e difamações; e, em situações ainda mais graves, pela violência sexual, quando há imposição de atos sem consentimento. Todas essas formas são previstas na Lei Maria da Penha, que garante mecanismos para proteger a mulher e responsabilizar os agressores.
No Extremo Sul Catarinense, a Polícia Militar vem intensificando as ações para informar e acolher. Ao longo de todo o mês de agosto, equipes do Rede Catarina têm realizado ações, orientando a população sobre os sinais da violência e a importância da denúncia. Essas ações ajudam mulheres a reconhecer situações abusivas e buscar ajuda antes que os casos se agravem.
E para ampliar ainda mais esse trabalho, o Ônibus Lilás, unidade móvel de atendimento e orientação, estará presente nas cidades de São João do Sul e Passo de Torres na última semana de agosto. A estrutura oferece um espaço de escuta e acolhimento, com profissionais preparados para orientar, apoiar e encaminhar cada caso de acordo com as necessidades da vítima.
Na análise mais recente dos números feita pela Polícia Militar, foi possível identificar algumas tendências importantes. Em Santa Rosa do Sul, houve um aumento de 51% nos registros de ocorrências de violência doméstica em comparação com o mesmo período do ano anterior, enquanto Praia Grande apresentou um crescimento ainda maior, de 60%. Em Sombrio e Balneário Gaivota, os números também subiram, mas isso não significa que a violência esteja aumentando necessariamente: esse crescimento pode ter relação direta com o fortalecimento das campanhas educativas e com o trabalho do Rede Catarina, que fez com que mais mulheres passassem a reconhecer os sinais da violência e soubessem onde buscar ajuda. Já em São João do Sul, os casos caíram cerca de um terço, mas a Polícia Militar estuda a possibilidade de haver subnotificação. Em Passo de Torres, os números permanecem estáveis, com uma leve redução nos atendimentos.
Esses dados mostram que a conscientização tem feito a diferença. Hoje, mais mulheres entendem seus direitos e que existe uma rede de apoio pronta para ajudá-las. Isso é fruto do trabalho conjunto entre a Polícia Militar, os órgãos municipais e a sociedade civil, todos unidos para garantir que cada mulher possa viver com segurança e dignidade.
A denúncia é fundamental para interromper o ciclo da violência. Em casos de emergência, o telefone 190 e para denúncias anônimas, o 181 pode ser acionado. Com informação, acolhimento e ação, vamos avançando para construir uma região mais justa e segura para todas as mulheres.