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ALDO BURIN: UMA VIDA DEDICADA A ALFAIATARIA

Conhecida por ser uma das profissões mais antigas do mundo, os alfaiates são especialistas em criar, costurar ou reformar roupas artesanalmente.

Com um vasto conhecimento que começou a ser construído e acumulado nos séculos XII e XIII na Europa e que chegou ao Brasil com a corte portuguesa, a alfaiataria tem a arte de tomar medidas, de cortar e costurar tecidos. Com o passar dos anos essa arte vem perdendo espaço pela produção em massa, onde roupas em tamanhos e formatos padrões, acabam por baratear o custo da produção. Porém, com isso há também a perda da elegância e da valorização das medidas de cada um, onde a paciência e a capacidade de observação dos alfaiates para torná-las em arte nas mãos e nos olhos para transformá-las em vestimentas adequadas a cada corpo são algumas das práticas e dos talentos que eles carregam há séculos.

Em Praia Grande, o senhor Aldo Burin, é um dos raros alfaiates que ainda estão na ativa, prosseguindo com seu trabalho de produzir roupas sob medidas, num discreto ateliê em seu prédio, situado na Rua Nereu Ramos ao lado do correio, no Centro. Ele que completou 64 anos no dia 16 de outubro, com toda dedicação e talento, continua produzindo: calças, paletós, coletes, sobretudo, tanto sobre pedidos ou para aluguéis.

Nascido em Jacinto Machado, aos 15 anos de idade, seu pai Lucidorio Burin mudou-se para a comunidade de Pintada, no município de Praia Grande. Aos 18 anos, após sua mãe comprar uma calça que ficava muito apertada nas pernas, Aldo disse: "Mãe, vou procurar um alfaiate e aprender a costurar melhor que este que fez esta calça". Assim nasceu o seu talento para profissão, sendo que aprendeu na alfaiataria de João O. da Silva, no qual seu pai pagou por um ano, até que Aldo aprendesse. Na época em Praia Grande existiam outros alfaiates, dentre eles: Augusto Destro, Adiorci, Flávio Bellettine, Raulino Bellettine e depois também Silvino Bellettine.

A decisão de montar sua própria alfaiataria já se deu depois de casado com Maria Alenir da Silva, com quem teve 02 filhos: Elsio Burim (professor de história) e Elizandra Burim (advogada). Aldo saiu da antiga empresa por não receber o aumento que queria e montou seu negócio na Rua Rui Barbosa. Mesmo sendo uma cidade com pouca população, ele conta que eram muitos os pedidos, sendo que os serranos tropeiros que desciam a serra com suas mulas carregadas de queijos, charque, entre outros, para vender e trocar por mercadorias em Praia Grande, aproveitavam e encomendavam seus ternos e até traziam roupas pra ele passar. O ferro que existia na época era a brasa, a iluminação era tocada de motor a óleo, que funcionava somente até às 22:00h, então sua esposa que também o ajudava, acendiam um lampião e trabalhavam muitas vezes até as 04:00h da manhã para atender os pedidos.

"Naquele tempo uma grande loja se instalou no município, a famosa Loja Renner, o que complicou um pouco para meu negócio. Porém, eles saíram e eu ainda estou aqui e graças à Deus sempre trabalhando". Diz Aldo, que ainda conta que antigamente os homens tinham um cuidado especial com a aparência para se vestir, admiravam um terno com excelência no acabamento. Um homem bem vestido era questão de status e elegância. O que hoje o jeans, moletons e outros, são as roupas do dia a dia e que somente nas festas ou casamentos os homens procuram ternos para comprar ou alugar.


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