FALTA DE PAVIMENTAÇÃO EM TRECHO DA RS-453 OBRIGA DESVIO POR SANTA CATARINA
Audiência pública deste sábado (13) em Pirataba quer comprometimento de autoridades para pavimentar a via entre Torres e Mampituba.
Apesar de separadas por poucos quilômetros e ligadas pelo Rio Mampituba, Torres e Mampituba vivem, na prática, uma desconexão forçada. A falta de pavimentação de um trecho de 16 quilômetros da RS-453 transforma um trajeto que deveria ser simples em um desvio por Santa Catarina, obrigando moradores, trabalhadores, turistas e o escoamento da produção a deslocarem o trajeto levando junto parte da atividade econômica do Rio Grande do Sul para outro estado. É essa contradição que motiva a audiência pública que discutirá, neste sábado (13), o início das obras no trecho ainda sem asfalto.
A mobilização — aberta à comunidade e com presença confirmada de lideranças políticas e deputados — será realizada às 16h, no Salão Comunitário da Pirataba, em Mampituba. O encontro coloca novamente em pauta uma reivindicação que atravessa mais de três décadas e que ganha força por meio de uma articulação da Câmara de Vereadores de Mampituba com a Prefeitura de Torres, o Consórcio Geoparque Caminhos dos Canyons do Sul, o Consórcio Intermunicipal Cidirur e a Comissão da Comunidade de Pirataba.
O objetivo é pressionar por uma obra já projetada e estimada em R$ 31 milhões — investimento que não foi contemplado nas últimas rodadas de recursos estaduais. O local da obra também seria rota importante para integração entre Serra Gaúcha e Litoral Norte. Segundo o presidente da Câmara de Vereadores de Mampituba, Ricardo dos Santos, um dos exemplos mais claros da estagnação causada pela precariedade da estrada está no distrito da Pirataba. “Uma grande empresa que nasceu na Pirataba precisou se mudar para Torres por causa do acesso precário. Perdemos oportunidades porque não há condições dignas de circulação aqui”, lamenta.
Perda econômica e desvio de fluxo por Santa Catarina
A ausência de asfalto obriga moradores, produtores e turistas a desviarem por Santa Catarina para se deslocar entre Mampituba e Torres. O fluxo econômico, por consequência, migra junto. Restaurantes, comércios e serviços catarinenses acabam absorvendo a movimentação natural que deveria ocorrer no território gaúcho.
Para Ricardo, é um desperdício estratégico. “Hoje, para sair de Mampituba até Torres, é preciso ir até Santa Catarina. Isso leva o movimento e a economia para o outro Estado. É algo que não faz sentido quando já temos projeto, comunidade mobilizada e todos os argumentos técnicos a favor da obra”, argumenta.
Estrada esquecida, consequências diárias
A via que passa pela localidade de Barro Cortado é utilizada diariamente por mais de mil famílias que dependem do trecho para trabalhar, estudar, acessar serviços de saúde, transportar produtos e circular entre os municípios, de acordo com o presidente da Câmara de Mampituba. “O impacto negativo dessa demanda atinge desde pessoas que relatam problemas respiratórios por conta da poeira, até o comprometimento da competitividade da produção agrícola, atingindo principalmente o transporte de arroz, soja, maracujá, pitaya, banana e gado de corte”, detalha Santos.
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