O preço atual do arroz entre R$ 50 a R$ 60 a saca de 50 kg, que não cobre o custo da produção, vem desestimulando o rizicultor da região no início de mais uma safra.

Em outubro, a plantação de arroz em Santa Catarina e Rio Grande do Sul está em andamento, dando início à safra 2025/2026. A maior parte do plantio do arroz irrigado nos estados catarinense e gaúcho ocorre entre agosto e janeiro, mas com picos em meses como setembro e outubro. Atualmente, o Estado catarinense é o segundo maior produtor de arroz do Brasil e líder em produtividade e o Rio Grande do Sul, é o maior produtor brasileiro de arroz, responsável por cerca de 70% da produção nacional.
A combinação de queda no preço do arroz ao produtor e o aumento da dívida rural tem gerado uma crise para os produtores brasileiros, especialmente nos estados do Sul. O cenário é marcado por uma oferta alta, estoques elevados e cotações abaixo do custo de produção. Assim, o início da safra 2025/2026 está ocorrendo sob pressão, com menor intenção de plantio por parte dos produtores brasileiros devido à queda de preços e ao aumento dos estoques. O arroz entra na nova safra com previsão da Conab que indica retração de 5,6%, o que sugere menor produção, mas o mercado externo pode se fortalecer com menor estoque doméstico. A área total estimada para 2025/26 é de 1,66 milhão de hectares. Na modalidade irrigada, a queda chega a 3,7%, e no sequeiro, pode alcançar 12,5%.
Mesmo com menor área, projeta-se que a oferta interna de arroz se mantenha suficiente para consumo nacional. No mercado internacional, há expectativa de expansão das exportações: de 1,6 milhão de toneladas no ciclo 2024/25 para 2,1 milhões em 2025/26. As importações devem se manter estáveis em 1,4 milhão de toneladas, o que indica equilíbrio comercial no setor.
“Estamos na fase de encerramento do plantio de mais uma safra, sem grandes perspectivas de lucro, o preço do arroz de R$ 50 a R$ 60 a saca de 50 kg, não cobre nem mesmo o custo da nossa produção. A superprodução dos últimos anos resultou por muita oferta do produto, estoques elevados e o baixo preço para a produção de arroz. Este cenário se justifica com a migração dos plantadores de soja do RS e SC que migraram da soja para o arroz e a produção aumentou e com isso, sobrou arroz no mercado”, destacou o produtor Marcio Grei Magnus, que colheu no ano passado cerca de 14.000 sacas de arroz numa área total de 75 hectares cultivados e atualmente está com 95% da safra 2025/2026 plantada.