MENOS BUROCRACIA: GOVERNO DE SANTA CATARINA OFERECE PAGAMENTO DO IPVA VIA PIX |
UNIVERSITÁRIOS CONTESTAM VERSÃO DA PM

Eles alegam ter sido vítimas de abuso de poder
Desde a última sexta-feira, 14, um assunto tem divergido opiniões em Araranguá. De um lado, segundo a matéria publicada no site do Grupo W3, os policiais militares afirmam ter sido agredidos por estudantes durante abordagem. De outro, os universitários alegam ter sofrido abuso de poder por parte da polícia, que teria atingido várias pessoas com balas de borracha e utilizado gás de pimenta, sem necessidade.
Contrariados com a versão da PM, publicada em nosso site, os universitários solicitaram espaço para divulgar as suas versões do fato. Ciente deste direito, o Grupo W3 abre a oportunidade para o relato do ocorrido, segundo os estudantes. Confira:
Universitário 1:
"Eu fui tentar passar pela rua Girassol, e a polícia me pediu para dar a volta, e então eu vi que eles tinham abordado pessoas por ali, mas era em frente aquelas casas geminadas, bem longe de onde foram feitos os disparos. Demos a volta pela outra rua e fomos para o bar. Chegando lá eu vi que tinha viaturas paradas ali na esquina, igual toda quinta-feira. Um tempo depois eu estava com alguns universitários no meio fio conversando, e nisso só ouvi o barulho dos tiros, e vi um policial na esquina apontando em nossa direção... a gente começou a fugir, e vi ele apontando a arma em direção ao bar. Nisso vieram mais policiais, eu só dei a volta na quadra e fui procurar meus amigos. Em nenhum momento eu vi ataque contra a polícia. No meio fio só estava eu e meus amigos da universidade, e mesmo assim ele apontou a arma para nós. Acho interessante incluir na matéria que já fazem algumas quintas-feiras que as viaturas e policiais ficam parados na esquina do bar. Semana passada tinha quatro viaturas paradas ali, ao invés de estar fazendo ronda. Quinta passada, depois do bar, um amigo meu foi levar uma amiga em casa no prédio Solar das Avenidas, e ele foi esfaqueado, ali mesmo na avenida Getúlio Vargas. Talvez se a polícia estivesse fazendo ronda isso não teria acontecido. Também quero incluir na minha parte o seguinte: eu, particularmente, não vi ninguém começando a briga e atacando a polícia primeiro. Caso isso tenha acontecido, foi na rua Girassol (de onde os policiais vieram), e eles não tinham motivo nenhum para atirar no meio fio e no bar. E também que nós universitários precisamos sim da polícia! Nós achamos necessário sim que eles estejam fazendo rondas pelo bar. Nós queremos que a polícia proteja a gente. Mas a gente só consegue ter medo, porque não é a primeira vez que acontece algo desse tipo".
Universitário 2:
"A minha versão é simples, sabe. Eu também não vi e nem ouvi a polícia começando, porém estávamos em partes diferentes. Eu estava sentada no meio da avenida de frente para o bar com mais três amigos, quando de repente, vem da esquina - onde aparentemente a briga estava ocorrendo - uns dois policiais (não lembro muito bem, nem quantidade nem rosto) em nossa direção dizendo o seguinte "corre, corre, vaza daqui vocês". Nisso, todos nós corremos e, assim que eu corri, não cheguei a dar o quarto passo da corrida e acabei sentindo uma pressão muito forte atrás do meu braço esquerdo, então pude perceber que foi um tiro, mas ainda não consegui identificar se foi de bala de borracha ou não. Tentei sentar em um banco de concreto que tem na parte da rua, pois a dor era muito forte. Quando fui sentar apareceu um policial berrando e dizendo que não poderíamos ficar ali, então, viramos na rua de chão do posto e ali ficamos, eu não estava sozinha, um conhecido estava junto, ele me ajudou depois do tiro. Comecei a passar mal, me dar calor e ao mesmo tempo frio, acho que estava me dando uma crise de desmaio. Aos poucos meus amigos começaram a aparecer, preocupados me levaram ao hospital onde tomei remédio para dor na veia e limpei o ferimento. No dia seguinte, tomei todas as medidas cabíveis sobre o que aconteceu na noite anterior. Ah, não pedi ajuda dos policias por causa do tiro porque fiquei em choque com tudo e também com a dor, se não, teria pedido. O que a gente quer é que essa imprudência dos policias não fique impune".
Universitário 3:
"A minha versão é exatamente igual. Só que quando a gente se dispersou eu fui em direção ao ciclista e daí eu percebi que fui atingido por uma bala também. Eu fui atingido exatamente pelo mesmo policial que me deu a ordem para sair, eu não lembro do rosto mas só tinha um usando luva e o mesmo quando eu me virei, estava apontando a arma na minha direção. Ou seja, me machucaram aparentemente por obedecer a ordem deles".
Universitário 4:
"Bom, um pouco mais cedo eu soube que saíram umas três pessoas em direção correndo a rua Girassol correndo atrás de um cara e que logo em seguida foi ouvido barulho de tiro por volta das 2h10. Um pouco depois chegaram as viaturas pela rua Girassol, coisa pouco comum, eles sempre estão passando pela avenida. Às 2h30 eles começam a atirar na esquina em direção ao meio da avenida, no círculo marcado com 1, foram uns 3 tiros. Logo em seguida, eles viraram e deram o primeiro tiro em direção ao círculo 2, aí é que o pessoal se desespera, pois não está entendendo nada, eles não falaram nada, não pediram nada, simplesmente estavam atirando nas pessoas que não sabiam o porquê. Algumas pessoas conseguiram entrar no bar, outras nos outros estabelecimentos que tem ali, enquanto eles atiravam contra. Algumas pessoas não tiveram a mesma sorte e saíram feridas. Falar aquele momento com os policiais definitivamente não é uma boa ideia, a não ser que queira tomar spray de pimenta na cara e talvez mais tiro (isso já aconteceu há duas semanas), além de ser xingando gratuitamente. Após cessar os tiros o pessoal começou a sair de onde tinham se abrigado, todos começaram a tossir e espirrar pois jogaram spray de pimenta no ar. Então eles ficam ali na frente da loja até umas 3h15. Eu acho que o ponto a ser levantado é porque a polícia, que tinha pelo menos 6 homens, saiu atirando em todo mundo que ali estava, só foi uma briga. Ela não tem competência e preparo para lidar com uma simples briga? Não há treinamento? No fim ninguém foi apreendido, mostrando que a imprudência não resultou em nada daquilo que era para realmente acontecer, só deixou gente ferida, gente inocente. Na cara de estudante eles dão spray de pimenta, atiram bala de borracha, em quem estava brigando eles fazem o quê?".
Universitário 5:
"Então a minha versão da história é a seguinte: estava no canteiro com meus amigos quando tudo começo a acontecer, levantei meus braços para o alto e um deles me olhou e começou a gritar "vaza, vaza". Aí saí correndo. Quando vi uma colega machucada fiquei um pouco ali e depois fui pedir ajuda para eles, perguntei o que poderia fazer com o machucado ou se eles poderiam nos ajudar, enquanto eu perguntava um deles me olhou e jogou gás de pimenta no chão, aí comecei a tossir e não conseguia respirar direito, enquanto ele me disse que não dava pra ajudar - e eles estavam parados fazendo absolutamente nada - e colocar gelo resolveria. Saí de lá tossindo muito, com os olhos ardendo um pouco e com a garganta fechando, algo como uma reação ao spray de pimenta".

Deixe seu comentário