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DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA É COMEMORADO EM PRAIA GRANDE

A 24ª Festa Afro-Brasileira Zumbi Afro e 3º Encontro Quilombola da comunidade São Roque, reuniu no domingo, dia 20 de novembro, mais de 300 pessoas em Praia Grande (SC).
A bonita festa organizada pela Pastoral Afro-Brasileira da Diocese de Criciúma e pelo movimento "Somos Todos Quilombolas" reuniu no domingo, dia 20 de novembro, mais de 300 pessoas na comunidade São Roque "Pedra Branca", município de Praia Grande. A 24ª Zumbi Afro, que comemorou o Dia Nacional da Consciência Negra e recordou o líder Zumbi dos Palmares, foi acolhida pela Comunidade Quilombola.
Conforme o coordenador diocesano de pastoral, padre Joel Sávio, um dos organizadores do evento, cerca de 300 pessoas estiveram no local vindos de Criciúma (SC), Içara (SC), Jaguaruna (SC), São Roque e comunidades vizinhas de Praia Grande. De Criciúma e Içara, participaram do encontro, um grupo de mais de 100 pessoas, incluindo imigrantes haitianos que também fizeram uma apresentação sobre sua cultura com uma dança típica.
O encontro iniciou por volta das 09:00h, com o café colonial, seguido pela celebração da missa às 10:30h pelo padre Joel Sávio. Ao meio dia foi servido o almoço típico, com a tradicional feijoada e na parte da tarde, houve muitas apresentações artísticas e culturais, com danças, música e teatro.
Lembrando, na comunidade foi construído uma réplica da casa de caboclos, feita de palha para receber os visitantes e expor os produtos cultivados na região.
Segundo o padre Joel, o objetivo é resgatar aquele que era o centro de referência da comunidade, como incentivo para que as famílias se encontrem, se reúnam, desenvolvam atividades comuns e até exponham artesanatos e produtos locais para o desenvolvimento da economia solidária. A reconstrução contou com o apoio da Cáritas Diocesana de Criciúma, que amparou financeiramente a obra através dos fundos diocesanos de solidariedade e de evangelização e deve adotar a comunidade como entidade membro. A Cáritas também viabilizou os custos para o transporte dos participantes da Zumbi Afro da região.
Entre os presentes no encontro, as coordenadoras do movimento Claudionete Santos de Oliveira, Veronete Santos de Oliveira, coordenador diocesano da Diocese de Criciúma, Padre Joel Sávio, prefeito eleito de Praia Grande, Henrique Maciel, vice-prefeito eleito Mack Cittadin, vereadores: Manoel Hentz da Rosa e suplente Joraci Dias de Oliveira, gerente geral da Ceprag, Patrique Alencar Homem, rainha da festa Maria Eduarda de Souza Vieira, 1ª princesa Joice Marciano Ribeiro e 2ª princesa Keyse Rethielen, movimentos Quilombolas e mais de 300 pessoas da região.
COMUNIDADE QUILOMBOLA SÃO ROQUE, PRAIA GRANDE, SANTA CATARINA
A comunidade de São Roque "Pedra Branca", surgiu ao longo do século XIX, a partir do movimento escravo de pessoas de cima da serra que vinham à região litorânea fugindo dos fazendeiros. Na comunidade de São Roque "Pedra Branca", divisa entre Mampituba (RS) e Praia Grande (SC) vivem atualmente 27 famílias que se dedicam principalmente as lavouras de milho, feijão, aipim, banana, hortaliças e à criação de gado, porco e galinha.
Segundo informações, a comunidade de São Roque surgiu ao longo do século XIX, em meados de 1824, quando escravos fugidos das fazendas do município de São Francisco de Paula (RS), desceram a Serra Geral e se refugiaram nessa região de difícil acesso. A comunidade está situada entre os cânions, na divisa entre os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, próximo ao ponto mais conhecido da região, a Pedra Branca.
Depois de desenvolverem-se economicamente e criarem suas famílias na comunidade, um dos problemas mais preocupantes enfrentados atualmente pelos moradores, está sendo a demarcação das terras dos Parques Nacionais Aparados da Serra e Serra Geral. Como a comunidade está contida na área de preservação ambiental, o cultivo de novas lavouras e a utilização da madeira não foi mais permitido. Para contestar sobre esta medida, em 2004 foi formada a associação da comunidade e em junho do mesmo ano, a Fundação Palmares concedeu à São Roque o título de comunidade remanescente de quilombos. Em 2011, foi fundada o movimento "Somos Todos Quilombolas", depois que ICMBio decretou área de preservação ambiental e os moradores necessitariam debandar da área. O processo de demarcação e titulação dessas terras ainda está em andamento, considerando os levantamentos apontados no relatório entregue ao Incra.
Pesquisas da área de Antropologia da UFSC estão colaborando com o reconhecimento de direitos tradicionais das comunidades quilombolas. O artigo 68 da Constituição Federal prevê o reconhecimento por parte do Estado Brasileiro das terras ocupadas por estas comunidades. Além disso, o decreto 4887/2003 estabelece o procedimento administrativo para regularização dos territórios de quilombo e confere uma importante atribuição às pesquisas antropológicas nestes processos. Na Região Sul, o trabalho conta com o suporte dos estudos realizados pelo Núcleo de Estudos Sobre Identidade e Relações Interétnicas (NUER), ligado ao Departamento de Antropologia da UFSC.
A comunidade de São Roque já teve mais de 65 famílias, sendo que hoje apenas 27 permanecem com dificuldade morando naquela região.








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