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VÍRUS DO ENDURECIMENTO DOS FRUTOS DO MARACUJAZEIRO

Extensionista da Epagri de São João do Sul, engenheiro Agrônomo Diego Adílio da Silva, fala um pouco mais sobre esta doença, bem como orienta para que se possa conviver com a virose do maracujá.

O maracujazeiro-azedo é uma planta de clima tropical e se dá bem em várias regiões do país. O Brasil é o primeiro produtor mundial de maracujá, com uma produção de 900 mil toneladas, 56,3% do que se produz em todo o mundo. Na região Sul de Santa Catarina é uma das plantas mais cultivadas, se apresentando com uma boa opção para substituir áreas que anteriormente eram plantadas com fumo. Em São João do Sul já é a terceira cultura em movimentação financeira, ficando atrás somente do arroz e do fumo.

Entretanto, nesta safra tivemos a entrada de uma doença na região, chamada de vírus do endurecimento dos frutos do maracujazeiro (CabMV). Essa doença é transmitida de uma planta para outra através de pulgões que realizam a picada de prova. O principal sintoma é o mosaico, isto é, acontece o clareamento entre as nervuras das folhas. Outros sintomas são o encurtamento dos entrenós, formação de bolhosidades nas folhas. Nos frutos também causa o mosaico. O fruto perde seu brilho. Em casos mais severos, o mesmo fica deformado, duro e sem polpa.

No estado de São Paulo e no norte catarinense, a produção do maracujazeiro teve um decréscimo de 90% após a entrada da virose nas áreas de cultivo.

Para tanto, observando o que foi feito, principalmente no estado de São Paulo, é sabido que uma das técnicas imprescindíveis, para que o cultivo de maracujá não tenha sua produção dizimada, é a realização do vazio sanitário. O vazio sanitário é um período de ausência de plantas vivas no campo. Sem plantas doentes no campo, não há fonte de inóculo do vírus causador da doença.

Outro ponto que merece atenção é a produção de mudas. Com a doença na região, o cultivo de mudas não pode mais ser realizado da forma que vinha sendo feito nos últimos anos. A construção de abrigos de cultivo (comumente chamados de estufa) torna-se de suma importância para que se tenham mudas sãs para a próxima safra. Mais importante ainda é o material que deve ser usado para isolar a parte interna do abrigo de sua parte externa. O uso de tela antiafídeo (que impede a entrada de pulgões nos abrigos) torna-se obrigatório para que não haja a contaminação das mudas que são cultivadas no abrigo.

Chama-se demasiadamente atenção para isto, pois muitos produtores iniciam sua produção de mudas antes mesmo do fim da safra. Logo, sem o uso desta tela, as mudas ficam sujeitas a serem infectadas pelos pulgões nos abrigos. Se a malha da tela for muito fina, o pulgão tem livre passagem para entrar no abrigo. Adicionalmente, o pulgão pode colocar seus ovos na malha da tela, onde os mesmos eclodem, liberando o inseto para o interior do abrigo.

A tela indicada para ser utilizada é a de 50 mesh. Mesh é o número de malhas por polegada. Quanto maior for o número da malha ou mesh (quanto mais vãos ou malhas por centímetro ou por polegada) menor será a abertura dessa tela. Por outro lado, quanto menor for o número da malha ou mesh (menos vãos ou malhas por centímetro ou por polegada) maior será a abertura dessa tela.

A Epagri vem realizando eventos e visitas, orientando os produtores para que ao fim da safra, arranque as plantas de sua lavoura, ficando no mínimo 30 dias sem material vivo no campo. Parcerias com os atacadistas foram feitas para que a orientação alcance o maior número de produtores possível.

Se tal medida não for tomada, o cultivo do maracujá tem seus anos contados na região. A não adoção dessas medidas levará a atitudes mais rígidas. Como exemplo, temos o caso da soja. O vazio sanitário nesta cultura visa o controle da ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi). Para definir o controle dessa doença, foi publicada uma instrução normativa pelo Ministério da Agricultura, na qual, entre outras diretrizes, ficou estabelecido que os estados deveriam estabelecer um calendário de semeadura de soja, com um período de, pelo menos, 60 dias sem a presença de plantas cultivadas ou voluntárias. O produtor que não cumprir o vazio estará sujeito a penalidades como multas. Os estados também têm sanções aos que não seguirem.

Para que a cultura do maracujá se consolide ainda mais com uma alternativa de renda, é necessário que cada um faça sua parte. As empresas de assistência técnica orientem e sensibilizem os produtores sobre a importância do vazio sanitário. Os produtores seguindo as orientações técnicas, cobrando o seu par para que aplique tal manejo em sua lavoura.

A Epagri se coloca a disposição para demais esclarecimentos. Procure o Escritório da Epagri em seu município.


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