Produtores rurais de Mampituba começam a receber os valores para a safra 2017/2018.

O Banco do Brasil começou a liberar neste mês de junho os primeiros financiamentos para a atual safra de maracujá aos produtores de Mampituba. Os processos estavam parados desde o ano passado porque o município de Mampituba e os demais municípios do Litoral Norte não possuíam o "zoneamento" da fruta, uma documentação necessária comprovando que a região possuía as condições propícias para a produção da fruta como atividade agrícola exigida pelo banco para viabilizar os financiamentos.

Desde o início desse ano a Administração Municipal de Mampituba através do prefeito Municipal Dirceu Gonçalves Selau e do secretário Municipal da Agricultura Paulo Boff Ribeiro estiveram empenhados na busca de uma solução para o impasse, uma vez que os produtores que haviam adquirido o PRONAF em 2016 não estavam conseguindo acessar um novo financiamento.

Segundo o Ministério da Agricultura, o Zoneamento Agrícola de Risco Climático é um instrumento de política agrícola e gestão de riscos na agricultura. O estudo é elaborado com o objetivo de minimizar os riscos relacionados aos fenômenos climáticos e permite a cada município identificar a melhor época de plantio das culturas, nos diferentes tipos de solo e ciclos de cultivares. A técnica é de fácil entendimento e adoção pelos produtores rurais, agentes financeiros e demais usuários. São analisados os parâmetros de clima, solo e de ciclos de cultivares, a partir de uma metodologia validada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e adotada pelo Ministério da Agricultura. Desta forma são quantificados os riscos climáticos envolvidos na condução das lavouras que podem ocasionar perdas na produção. Esse estudo resulta na relação de municípios indicados ao plantio de determinadas culturas, com seus respectivos calendários de plantio.

ZONEAMENTO

O primeiro passo para a implantação do zoneamento do maracujá na região foi dado em 21 de novembro do ano passado, quando foi realizada uma Audiência Pública sobre o tema e que contou com a presença de várias autoridades, entre elas, o deputado federal Alceu Moreira e o técnico Leonardo Toss, representando o Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento (MAPA) no RS. Mesmo com o processo em andamento junto ao MAPA (nº 21.000.013734/2017-85) e ainda sem prazo para ser concluído, o prefeito Dirceu Gonçalves Selau partiu em busca de uma solução para o caso, a fim de garantir aos produtores o acesso ao financiamento antes mesmo do zoneamento ser aprovado junto ao Governo Federal. Em abril, durante a viagem a Brasília, Dirceu conseguiu uma audiência com o secretário Nacional da Segurança Alimentar, Caio Rocha, onde ficou acertado que o Escritório Regional da Emater deveria emitir um laudo sobre a viabilidade da produção de maracujá no Litoral Norte Gaúcho e assim viabilizar a liberação dos financiamentos sem a aprovação definitiva do zoneamento.

A negociação com o Banco do Brasil durou ainda dois meses até que no início de junho a entidade através da Superintendência de Florianópolis e da agência de Praia Grande começou a liberar os financiamentos apenas com o laudo apresentado pela Emater.

Para o prefeito os recursos são muito importantes. "Foi uma importante conquista de nossos agricultores, pois a liberação dos recursos permite a renovação dos empréstimos para a próxima safra, ainda mais que a safra desse ano foi menor que a dos anos anteriores", disse Dirceu que também agradeceu o empenho do engenheiro Agrônomo da Emater, Luís Bohn e de toda a equipe da Emater do município pelo empenho, assim como do gerente do Banco do Brasil de Praia Grande, Osvaldo Zanini junto a superintendência de Florianópolis para que os produtores finalmente conseguissem continuar tendo acesso aos financiamentos.